30 de junho de 2009

COMO TEM GENTE MAL-HUMORADA NO MUNDO






Se você é um deles, e já começa a ler essa crônica achando defeitos, já aviso que “mal-humorado” é com L e com hífen, enquanto “mau humor” é com U e sem hífen. Dos demais erros ortográficos, pode reclamar a vontade. Não vou dizer que temos que estar sempre, e, principalmente nas primeiras horas da manhã, com aquele sorriso tipo “Sílvio Santos”, mas ficar o dia todo, ou até mesmo durante todo o ano, de cara amarrada, também não dá. Todo mundo já está careca de saber que a tristeza espanta as pessoas e também as coisas, pois ambas invariavelmente andam juntas, e que, o contrário, a alegria, o sorriso no rosto, é uma fonte de atração e ainda faz bem para a saúde. Já ouvi dizer que pessoas mal-humoradas são espíritos que precisam evoluir, o que nos leva a pensar que aquele humor horroroso, que vem desde a idade média ou antes, vai assombrar várias encarnações, ainda.

São os “highlanders” do mau humor. Atravessam o tempo, como vampiros, espalhando suas nuvens negras e sua escuridão, ao longo da eternidade, e não há estaca de madeira, em forma de sorriso ou crucifixos em forma de carinho, nem água benta, em forma de paciência, que os transforme ou que, ao menos, nos ajude a conviver com gente assim. Nas poucas vezes em que temos uma alegria a compartilhar, em que nos sentimos bem, em que temos vontade de sair cantando e pulando (esses momentos ainda existem, gente!), damos de cara com aquele personagem de filme de terror, rosnando para nós e nos fulminando com o olhar, como a que nos dizer: “te manda com essa alegria daqui”.

Todas as publicações a respeito de auto-motivação, de mudança de comportamento, poder da atração, de pró-atividade, o segredo, etc., dizem que temos que ter atitudes alegres e positivas e, literalmente fugir de pessoas negativas, pois acabarão nos afetando de tal forma, que precisaremos de uma verdadeira lipo-aspiração em nosso campo energético, sem falar nas inúmeras cirurgias plásticas para colocar em ordem as pelancas criadas pelo baixo-astral. Vamos, então, fugir de gente assim. Manter distância, pois é uma questão de saúde pública. Evitar que esse vírus se espalhe e nos leve a um quadro de mau humor e tristezas, generalizado. Só falta agora, vir os direitos humanos, alegando discriminação contra os mal-humorados e os negativos. Desse jeito, vão acabar baixando o nosso astral.

Sérgio Lisboa - www.cronicasdosergio.blogspot.com/

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