5 de julho de 2009

QUEM NÃO ARRISCA NÃO PETISCA




Pés no Chão e Cabeça na Lua é o Ideal Para se Viver
Quando a gente é jovem nem sempre sabe avaliar os perigos e por isso mesmo nos arriscamos mais. Isto tem um lado bom e outro ruim. De bom tem que no risco podemos ganhar alguma coisa. Ao ficarmos sempre parados no mesmo lugar, dificilmente acontecerá algo de novo.

Se você não arrisca nunca haverá mudanças e você estará condenado a uma certa morte em vida. Ao optarmos sempre pela segurança, na crença de que o controle de tudo é que nos garante o bem estar, cometemos um equívoco.

Uma vez eu fui consultado por um rapaz de vinte e poucos anos e fiquei perplexo com sua história. Ele me procurou porque queria se dar melhor em suas conquistas, visto que não conseguia namorar nenhuma garota. Mas eu percebi que seus dentes estavam realmente muito feios e que mereciam uma atenção especial. Sem isto, dificilmente ele sairia do lugar em relação à suas dificuldades com o sexo oposto.

Casa Própria Após a Morte

Mas quando eu sugeri que ele procurasse um dentista escutei do rapaz que ele não podia se tratar, pois estava muito endividado, pagando as prestações de um terreno num cemitério bem chic da cidade! O que você acha disso? Eu fiquei abismado com o raciocínio e com as prioridades que ele elegia para si. Apesar de sentir-se muito frustrado por suas dificuldades, preferia garantir sua “casa própria” após a morte.

Pés no Chão e Cabeça na Lua

Sem riscos, a gente não desfruta a vida. Mas, você precisa ser artista para andar na corda bamba ou no fio da navalha. Gosto da música do Raul Seixas quando ele fala do maluco beleza. O bom equilíbrio entre uma certa maluquice na vida, os pés no chão e a cabeça na lua, é o ideal. Sem perder a cabeça não há arte, não acontece a paixão, não existe poesia. Mas há que saber a dose certa. Se você se mete em encrencas, se não avalia bem o lado financeiro de sua vida, se você ultrapassa os limites saudáveis do corpo, pode se dar muito mal. Do que adianta o risco então se não é para o seu próprio bem?

É certo que essa história é bem exagerada, mas de alguma forma reflete a cabeça de muita gente que quer tudo controlado, que quer a segurança total. Estes estão quase mortos e nem sabem. Quando aprendemos a fazer uma boa síntese entre a aventura e a sensatez a vida tem um colorido sutil, uma graça que é típica de quem adquiriu este equilíbrio.

Sergio Savian
www.sergiosavian.com.br
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